O amor, ao contrário do que quase todo mundo pensa, não é só um sentimento. Apesar de ser resultado de uma emoção, o amor é também uma linguagem e uma habilidade intrapessoal. Dentro dessa perspectiva de linguagem é comum e aceitável que aconteçam falhas na forma como ele é comunicado. Para te ajudar a entender o amor em uma abordagem concreta, atitudinal e linguística, confira a seguir o conteúdo que preparamos para você.
O amor é um sentimento
Emoções e sentimentos tem diferença. A diferença é que a emoção cria o sentimento, ou seja, quando pensamos a respeito do que estamos sentindo, do que estamos vivendo, tornamos a emoção consciente e é aí que ela cria o sentimento.
A emoção é uma resposta química que o cérebro dá a um estímulo externo ou interno que recebeu. Essa reação química prepara o corpo para agir, está ligada ao comportamento. Por exemplo, você se depara com um leão. Automaticamente e em milésimos de segundos o seu cérebro libera neurotransmissores para preparar o seu corpo para agir, o medo é a emoção despertada. Seu coração acelera, suas pupilas dilatam, você entra em um estado de alerta e atenção total, nesse momento você não tem sono, não se distrai. Sua mente começa a avaliar suas condições para enfrentar o leão ou fugir dele. Seus níveis de adrenalina e cortisol aumentam e os níveis de serotonina, dopamina e ocitocina diminuem. Você foge, o leão já não pode mais te pegar. Você então pensa sobre o que aconteceu, avalia cada ponto dessa experiência terrível então o medo (a emoção) cria o sentimento de insegurança e impotência.
O sentimento é o resultado de uma experiência emocional, dessa forma experiências emocionais negativas geram sentimentos negativos e experiências emocionais positivas geram sentimentos positivos. Um ponto importante a ser ressaltado é que ao contrário das emoções, que tem curto tempo e feito, os sentimentos podem perdurar por muito tempo e influenciar todas as outras experiências que ainda virão. No nosso exemplo com o leão o sentimento de insegurança e impotência podem ser contextualizados para outras experiências ao ar livre ou com animais, por exemplo.
Gosto de pensar na paixão como um sentimento pré-amor. Na sua forma mais simples, a paixão é uma projeção que fazemos de nós mesmos no outro. Por isso ela tem por base emoções despertadas pelas características físicas, além dos impulsos sexuais e prazerosos. Quase sempre, essa projeção e idealização da paixão não condiz com a realidade, então assim que percebemos a diferença entre a realidade e a nossa projeção a paixão é dissipada, o sentimento não existe mais.
Já o amor é um sentimento muito mais profundo que a paixão, não é uma projeção do nosso ideal na outra pessoa, mas afeições com base na personalidade e caráter, o amor percebe a realidade da outra pessoa, os defeitos e ainda assim permanece.
O amor é uma linguagem
O amor é uma forma de comunicação, o amor como sentimento altera a estrutura de funcionamento do nosso cérebro. Isso significa que influencia na forma como nos relacionamos com as pessoas, o nosso comportamento. O amor gera uma busca por reciprocidade, você deseja que a pessoa que você ama te ame, e resulta em ações de cuidado e zelo, você deseja o bem estar dessa pessoa e age para que isso aconteça.
Como uma linguagem, aplicamos ao amor o mesmo princípio aplicado à comunicação e este princípio é “O OUTRO”. Nesse sentido, não existe uma garantia de que a pessoa que você ama está recebendo e entendendo o amor que você tem por ela, o que explica facilmente aquela sensação de amar e não se sentir amado.
Quando nos comunicamos com outra pessoa recebemos as informações e antes de dar uma resposta construímos em nossa mente uma representação da informação que recebemos, é uma forma do cérebro fazer com que essa informação faça sentido nós para só então poder dar uma resposta. O problema é que nem sempre ouvimos exatamente o que a pessoa quis dizer!
Na tentativa de construir uma representação da informação recebida o cérebro preenche as lacunas da história com nossas crenças, verdades e experiências anteriores e isso compromete a informação original e pode causar distorção. Com o amor é quase a mesma coisa, criamos uma representação do sentimento que temos pela pessoa e tentamos mostrar para ela essa representação. A pessoa amada também cria uma representação do amor que está recebendo, mas com base na maneira “dela” de amar. É aí que o conflito acontece!
Essa representação que fazemos tem por base um sistema representacional que é a maneira como cada um de nós assimila, interpreta e armazena as informações que recebe e ela está relacionada com a forma preferencial usada para captar as informações do meio. Sendo assim há quem opere mais no campo visual, outros no sinestésico (corpo) e outros no auditivo. É aquela frase de mãe fazendo efeito, “você não é todo mundo”!
Quando olhamos para a linguagem de um ponto técnico, não existe uma realidade universal porque essa realidade é subjetiva às experiências que cada pessoa já teve. Antes de você amar alguém e alguém amar você já aconteceu outros amores e foi com estas experiências que aprendemos a comunicar o amor. Assim como a primeira linguagem da criança é a materna, aquela falada em casa, a forma como comunicamos o amor tem origem na forma como o recebemos. O problema é que para comunicar o amor precisamos falar a linguagem de amor da outra pessoa e não a nossa. Da mesma forma, para que possamos nos sentir amados precisamos que a outra pessoa fale a nossa linguagem de amor.
As 5 Linguagens do Amor
Gary Chapman no livro “AS 5 LINGUAGENS DO AMOR” nos apresenta 5 maneiras de comunicar o amor que levam em consideração os sistemas representacionais linguísticos e que facilita a construção de uma linguagem de amor coerente com a linguagem de quem amamos. São elas:
- PALAVRAS DE AFIRMAÇÃO;
- TEMPO DE QUALIDADE
- PRESENTES;
- SERVIÇO;
- TOQUE FÍSICO.
Clique AQUI e confira um resumo que gravei em meu canal do YouTube sobre cada uma das linguagens.
Trazendo o amor como uma linguagem para a realidade da criança, a forma mais assertiva de amar é abordando as 5 linguagens ao invés de escolher apenas uma. Somos tendenciosos a amar nossos filhos como nos sentimos amados e não como eles precisam ser amados. É aquele ciclo vicioso de sabotagem de dar aos filhos o que não tivemos, fazer por eles o que não fizeram por nós, e é sabotagem porque na maioria das vezes o que não nos deram ou não fizeram por nós não tem relevância nenhuma na vida dos nossos filhos porque não é a realidade deles.
Seu puder te dar um conselho de amiga, adquira o livro! Conhecer a sua linguagem de amor e aprender a identificar a linguagem de amor das pessoas com quem você se relaciona vai transformar seus relacionamentos, vai torná-los mais assertivos, menos exaustivos e propensos ao fracasso.
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