Se você tem filho(a) entre 11 meses e 5 anos este assunto muito te interessa!
Birras, crises e confusão fazem ou já fizeram parte dos seus dias. Como manter a calma? Como não surtar? Como não se juntar a criança e chorar? Essas situações fazem parte da vida de quem tem filhos e na maioria delas ficamos perdidos, não sabemos o que fazer e o que não fazer, só queremos que termine logo.
Como acabar com birras e crises é um dos assuntos mais procurados em relação à criação de filhos, certamente você já pesquisou sobre isso ou já parou para escutar alguém falar sobre isso. As promessas de soluções imediatas correm soltas por aí, mas a verdade é que não existe uma “receita rápida” para resolver isso.
De onde você está olhando e o que está vendo?
Durante birras, crises e situações de conflito é comum olharmos a partir do nosso ponto de vista e perspectiva. Olhamos para a situação que está à nossa frente, mas não olhamos para o que está por trás da situação. Os motivos sempre serão mais importantes que a situação! Encontrar os motivos da birra e da crise é encontrar a raiz do problema e isso nos dá subsídios para tentar mudar o contexto ao invés de tentar mudar a criança.
Você certamente já ouviu o ditado que diz “é melhor matar o mal pela raiz” trocando as palavras, é melhor mudar os motivos da criança para fazer birra do que tentar mudar a criança. Quando o assunto é comportamento sempre tem um motivo, quanto mais rápido você aceitar e aprender a procurá-los menor será sua frustração e desgaste em relação a mediação.
De onde a birra vem?
Já vou responder essa pergunta sem rodeios, a birra vem de um problema de comunicação. Sempre? Sim, sempre.
A comunicação só existe quando há compreensão entre quem falou e quem ouviu, caso contrário foi apenas uma informação de uma parte e da outra e isso não significa que haverá uma resposta de uma ou ambas partes. Se eu te disser que a maior parte dos conflitos e confrontos entre as crianças e os adultos são confusões entre o que foi dito e o que foi compreendido você acredita?
Por que é tão difícil entender o que a criança quer dizer?
1° Os adultos não são bons em perceber o que o corpo está comunicando, as crianças possuem vocabulário limitado para se comunicar então acontece o desencontro entre o que um diz e o que o outro entende.
2° Buscamos compreender o que nos foi dito com base no nosso contexto emocional momentâneo;
3° Nos esquecemos que as crianças não pensam como nós pensamos e sua perspectiva a respeito das coisas, ambientes e pessoas é completamente diferente da nossa;
4° Nossa verdade absoluta corrompe nossa sensibilidade, aquela velha ideia de que o adulto sabe tudo e a criança não sabe nada;
Se percebermos a birra como uma forma de comunicação, o que seu filho está tentando te comunicar? Observe o comportamento da criança durante a birra, o contexto em que aconteceu a birra, o horário, a frequência com que tem acontecido, busque encontrar um padrão. A birra acontece sempre fora de casa? A birra acontece sempre próximo a refeições? A birra acontece sempre quando a criança não pode dormir durante do dia? A birra acontece sempre com a mãe ou sempre com o pai? Qual é o padrão de birra que seu filho tem apresentado?
O choro é uma linguagem, uma tentativa de comunicar algo, expressar o que não pode ser dito com palavras. Não existe choro sem motivo! A criança chora para dizer o que precisa e o que quer. Só não podemos deixar que o choro e as birras se tornem a única linguagem que a criança conhece.
Motivos comuns para a criança fazer birra por ordem de importância
- Sono;
- Fome;
- Necessidade de higiene (banho, trocar fralda);
- Cansaço;
- Falta de rotina;
- Ausência de limites;
- Falta de diálogo;
O que fazer em situações de birra e crise?
1 – NÃO PERCA O CONTROLE
2 – ACALME A CRIANÇA
3 – INICIE UM DIÁLOGO COM ELA APÓS ELA TER SE ACALMADO
4 – VERIFIQUE E IDENTIFIQUE QUAIS MOTIVOS PODEM TER GERADO A BIRRA/CRISE
5 – NÃO CEDA AS VONTADES E CAPRICHOS
6 – APRENDA A EVITAR CONFRONTOS DESNECESSÁRIOS
E se durante a birra a criança dar tapas, chutes e mordidas?
Qualquer atitude agressiva deve ser interrompida imediatamente e a criança acolhida por um abraço ou um afago. Nessas situações o corpo da criança passa a produzir Cortisol e Adrenalina que são neurotransmissores que colocam a criança em estado de alerta preparando o corpo para um momento em que será necessário aplicar grande quantidade de força e energia. Há aumento no batimento cardíaco e no fluxo sanguíneo dos braços e pernas. Geralmente os confrontos dentro dessas situações impulsionam atitudes agressivas, entenda, o corpo da criança está preparado para atacar e se defender.
Nesse contexto, precisamos desarmar a criança e estimular o organismo dela a produzir outros neurotransmissores contrários ou bloqueadores do Cortisol como a Ocitocina e a Endorfina. Assim, acolher, abraçar, utilizar tom de voz suave, oferecer conforto emocional, entre outros, ajudam a criança a se acalmar e a sair da situação de birra, também a torna sensível a correção e disciplina.
Este artigo faz parte do meu e-book Birra, Crise e Confusão. Se você gostou desse conteúdo e gostaria de conferir mais sobre este assunto clique aqui e confira o conteúdo na íntegra. O download do material é gratuito.
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